segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Desconstruindo uma cultura primitiva!



Violência tem o mesmo significado etimológico de violação (violar direitos como a honra, a integridade e a dignidade de outrem). Usar a brutalidade, a vantagem física para, através da coação, da ameaça, do medo e da agressão, obter o domínio e o controle sobre a(s) vítima(s). Violência é uma cultura primitiva, e por ser cultura passa muitas vezes de forma despercebida diante de nossos olhos. É como uma cegueira "cognitiva", um ponto cego na consciência ou uma escama nos olhos que nos prejudica e nem percebemos. Geralmente achamos normal quando as pessoas agridem suas crianças com a justificativa de “educá-las”, ou quando, na escola um garoto é chacoteado (no mínimo) pelos colegas por ser “diferente”, ou até mesmo quando alguém, por achar que foi contrariado ou ofendido, julga o direito de agredir o outro (e muitas vezes culpamos a vítima dizendo: "tá vendo? ele mereceu, quem mandou..."). Esse comportamento nunca pode ser justificado. A violência é sinal de ausência cognitiva, de que a educação falhou e ainda é muito deficiente e equivocada. E a violência doméstica, a agressão contra mulher não é diferente. Infelizmente essa prática é uma doença que assola milhares de famílias causando destruição e deixando feridas profundas que duram a vida toda. E por ser uma cultura, ela é transferida para os filhos (nem todos, e algumas vezes para as próprias vítimas) e perpetuada de geração em geração. 
Chamo a atenção também sobre a necessidade, através da reflexão, de se desconstruir esses paradigmas que são equivocados e nocivos, a fim de caminharmos para uma civilização mais consciente (com um olhar mais sensibilizado, solidário e interessado em promover o bem do outro, essa é minha leitura a respeito de "civilizar"), onde cada um possa aprender e reconhecer as suas mazelas, seus limites, aprender a enxergar o outro, respeitando as individualidades, a liberdade e se constranger com a sua própria ignorância



Romeu Oliveira 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Estamos envolvidos com que tipo de embriaguez?

O que significa estar embriagado?
Segundo alguns dicionários, "embriaguez é a intoxicação aguda e transitória causada pelo álcool ou substâncias de efeitos análogos, causando a perda do raciocínio ou discernimento." 
Será que nos embriagamos somente com o álcool? Ou não estaríamos embriagados também com outros tipos de "bebidas"? Com aquelas que não são tangíveis? Que não enxergamos? Que não têm gosto por não serem consumidas de maneira fisiológica? Que formam nossa personalidade, nosso caráter, nossas apologias, nossas vaidades? Embriagados com o nosso olhar distorcido, cheio de "escamas", de preconceitos, de exclusão, de intransigência, de equívocos? Cheios de mágoas, de ódios, de ciúmes e inveja? Embriagados com nossos medos (nossos fantasmas), com a arrogância, com a violência, com o orgulho que nos torna vazios e estéreis (embriagados com a normalidade!)? Estaríamos embriagados com o conformismo, com as falácias ou sofismas que abraçamos como nossas "verdades", com os sintomas de uma sociedade doente, castigada pelo mecanicismo de um sistema nocivo?
Essas também embriagam, e os efeitos não são provisórios e muitas vezes duram a vida inteira. Nós nos embriagamos pelo que não sabemos, pelo que deixamos de saber e principalmente pelo que nos recusamos saber.
Estamos embriagados com a nossa ignorância!

Por Romeu Oliveira 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A violência é um ponto cego da consciência


Esses dias tive uma conversa com uns amigos à respeito da violência ou da maldade (se faz parte do ser humano ou se é aprendida), e a vejo como um ponto cego na consciência, como uma escama nos olhos, entre outros aspectos inerentes à ignorância. Independente do ser humano já nascer com certas "inclinações ou disposições", eu acredito na capacidade do cognitivo, ou seja, na capacidade que o ser humano tem de aprender e com isso mudar a sua história. Acredito na força de uma educação libertadora; que age como instrumento desbravador que nos arranque da ignorância, que desarma, que serve como canal constante, como uma janela que se abre para a consciência do novo, através da reflexão. Acredito numa educação que ensine o ser humano se perceber, reconhecer as suas imperfeições, desconstruir conceitos inúteis herdados de gerações passadas, na capacidade de se reinventar, de desenvolver um novo olhar para as questões da vida (não estou falando de ser humano ou sociedade perfeita), que o ajude reconhecer seus limites e aprender a importância do respeito absoluto pelo outro

(Mas esse processo deve ser iniciado em casa no limiar da consciência, por pais conscientes, atentos e admiradores do saber e, complementado por uma escola comprometida e capacitada). 

A educação é a cultura que conduz para a paz! 


Por Romeu Oliveira 

terça-feira, 11 de agosto de 2015

A reflexão sobre si mesmo é um atitude de coragem

Aos covardes, deixo a minha profunda indignação e desprezo:
Àqueles que violam a liberdade, que se escondem atrás de quem oprimem. Que agridem a integridade física, moral, emocional e psicológica. Porque acham que têm o poder e autoridade sobre o outro. Mas na verdade são fracos, inseguros, imbecis e covardes.
Acham que são proprietários do outro. Acham que têm bicho de estimação ou mercadoria.
Não compreenderam o conceito de amor. 


Aos sensíveis deixo a minha profunda admiração: 
Para àqueles que marcam com o amor, que por onde passam deixam paixão.  
Marcam com sabedoria, com encanto, com carisma. 
Que cultivam a inteligencia ao invés da ignorância. 
Que preferem o diálogo ao invés da violência e da brutalidade. 
Para àqueles que respeitam a liberdade e libertam os que amam. 
Que respeitam as diferenças e a singularidade,
Que respeitam a vida!



Por Romeu Oliveira 

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Questionando o censo comum

Vivemos no tempo do controle, da técnica, onde existem soluções e respostas para todas as questões, para todas as coisas. Onde tudo já está planejado, calculadamente arquitetado, testado, medido, aprovado e genericamente "útil" para todos. O futuro já está desenhado. Não há espaço para inquietações, para dúvidasTudo já está pronto e embalado como produto disponível nas prateleiras da conveniência.
Esse é o tempo da objetividade e do domínio. Não há mais espaço para indagação, para o contraditório, para a singularidadeTransgredir é proibido. A reflexão é desnecessária e inútil. Vendem a ideia da "busca da felicidade", de um futuro de glórias, de segurança, de equilíbrio e quem não estiver dentro da ordem, dos "padrões" estabelecidos estará em desequilíbrio e deslocado da "normalidade".

Mas o que me pertence? O que me é próprio? 

Quem eu realmente sou? Os pensamentos que tenho as decisões que tomo, o comportamento que tenho, os meus sonhos, meus anseios, meus valores, são realmente meus? Definem quem realmente sou? Pois até o nome pelo qual sou chamado não foi eu quem escolheu!!!



Por Romeu Oliveira 

terça-feira, 12 de maio de 2015

Somos as mazelas que enxergamos no outro!


Nos enxergamos no outro. É que ainda não percebemos!

Somos um reflexo do outro, da sociedade, de suas virtudes e também de suas imperfeições!
Quando apontamos para os defeitos do outro, na verdade estamos nos deparando conosco mesmo. E isso acontece porque, infelizmente, somos ensinados a enxergar as falhas ou a maldade somente no outro.


Somos as mazelas que enxergamos no outro! 

domingo, 10 de maio de 2015

Angustiar é positivo

A angústia não é negativa (desde que não nos paralise).

Não confundamos angústia com tristeza ou desespero. Desespero significa falta de esperança. Angústia caminha com a esperança. Com a angústia estão as inquietações, a necessidade de mudanças, de transformação. A angústia é sinal de que algo incomoda, de que algo não pode permanecer como está. Angústia é sinal de reflexão, e com a reflexão a mudança. Aliás, mudança é resultado de reflexão.

Portanto a angústia é positiva. 

Romeu Oliveira 

sábado, 2 de maio de 2015

"Amor próprio=ignorância disfarçada"

Nos últimos tempos virou moda o discurso: "Eu tenho amor próprio meu bem!". 
Infelizmente esse discurso pertence a um momento onde a cultura que se exalta é da ignorância: da arrogância, da violência gratuita (inclusive praticada por pessoas "normais"), momento da "coisificação da vida", da falta de educação, do português errado, da falta de empatia e simpatia (momento onde a brutalidade exaltada é motivo de orgulho, inclusive entre as mulheres). Um tempo de inversão total de valores, onde se respeita mais o discurso (vazio) de um personagem de novela ou BBB qualquer da mídia. Em que mais se "curti e compartilha" trechos de uma "música" cheia de imbecilidades, que na verdade é um reflexo de todo esse lixo que se oferece e que infelizmente muitos compram. Onde as referências são "certas figuras", celebridades que não têm o menor compromisso com o Saber, com o espírito inquietante e sedento por conhecimento que é a abertura para o novo, para aquilo que se aperfeiçoa e que permite sermos um pouco melhores! Esse "amor próprio" é na verdade um orgulho gerado pela ignorância, ou seja, esse "amor próprio", que é vazio e mesquinho, é uma forma de mascarar a ignorãncia (é um disfarce da ignorância). 

Vivemos num tempo de "cada um por si e Deus por mim, o outro que se dane!"

Portanto, dentro desse contexto esse discurso é uma falácia, um conceito distorcido e difundido de forma equivocada (repito: muitas vezes esse conceito é soberbo, egoísta e infantil). O outro é sempre o vilão, o nocivo, o cara mau... somos sempre as "vítimas" os coitadinhos, os sofredores, os perseguidos. Existe muita conversa “mole” em torno disto!!!
É sinal de que falta reflexão, de que a pessoa não se percebe, não faz uma "mesa redonda consigo mesma", que é uma oportunidade para colocar diante si as suas próprias mazelas e a partir daí fazer desconstruções significativas para que haja aperfeiçoamento, conhecimento de si e a perspectiva de desfrutar de uma vida mais equilibrada consigo mesma e com o mundo.
Acredito que quanto mais conhecimento eu tiver de mim mesmo, melhor estará a minha visão, a minha capacidade de compreensão, capacidade de enxergar as coisas com outro olhar e quem sabe, deixar de considerar o outro como inimigo e acha-lo mal porque é diferente ou por ter uma cultura diferente (claro que em certas situações é importante se preservar - como diz minha mãe: "é inútil dar murro em ponta de faca"). 

Esse orgulho distancia as pessoas, destrói relacionamentos, amizades e casamentos. Gera soberba, impede a reflexão, engessa o entendimento, sufoca a humildade e perpetua a ignorância.

Quem tem coragem de se perceber, de voltar-se para si, refletir sobre suas mazelas e reconhecer que é tão imperfeito como qualquer pessoa "normal". 



Por Romeu Oliveira 

sábado, 4 de abril de 2015

O Amor é libertador

Somente aquele de espírito livre entende que na essência do amor está a sobriedade, a liberdade e o exercício do bem, como: a doação, a empatia, o altruísmo, o respeito, o cuidado, o conselho, a humildade e principalmente a sabedoria (e esta somente através da reflexão); livre de qualquer tipo de vaidade. 
O amor não combina com tolices: orgulho, soberba, egoísmo ou qualquer tipo de agressividade. 
O amor nasce das asas da liberdade, não da prisão, da pressão ou da opressão. Nasce da escolha, do livre arbítrio e da vontade. 
Quem entender esse conceito, não se importará com seus próprios interesses e vontades, mas se esforçará em promover o bem estar e a felicidade do outro, mesmo que não esteja incluído sem seus planos. 
O objetivo do amor é salvar, e salvar de todas as farmas!!! 

Por Romeu Oliveira 

sexta-feira, 6 de março de 2015

Tempo de mudanças

Esses dias ajudei fazer uma mudança. E fiquei observando alguns aspectos bem interessantes. Como isso mexe conosco e nos estimula. Desde a necessidade, como a oportunidade, a tomada de decisão e o grande trabalho que isso proporciona. Mas principalmente a esperança que é gerada com essa atitude. 
No princípio houve grande motivação, mas também momentos de desânimo. Surgiram muitas dúvidas e conflitos, sentimento de apego, a vontade de não se desfazer de algumas coisas. A certeza de que outras seriam desprezadas. A angustia com a bagunça, com o recomeço, com a necessidade de se organizar, de achar um norte.
Afinal, como disse meu amigo e colega de faculdade, Jose Carlos Oliveira, em uma conversa: "a desconstrução deixa um campo aberto e vazio para iniciar uma nova construção através da reflexão, estabelecendo novas estratégias para uma melhor edificação." 
A mudança nos permite observar a casa realmente como ela é, sem as adaptações, sem os retoques, as acomodações e camuflagens. Tudo fica exposto e cada detalhe se torna importante. A mudança nos confronta, nos coloca com a realidade, e durante esse processo nos deparamos com as mazelas escondidas, com aquilo que foi ignorado ou mal resolvido. 
Uma grande oportunidade para fazer uma reciclagem, de separar aquilo que é útil, que será produtivo daquilo que não serve, que não tem mais significado.  
Trazendo para o aspecto da vida, a mudança nos move, nos recicla, nos tira da paralisia, da mesmice, da mesma visão. A mudança nos deixa despidos, diante de nós mesmos, tomamos conhecimento de quem realmente somos. E através dessa reflexão temos a liberdade de fazer novas escolhas, traçar novas rotas, respirar novos ares e assim, dar novo significado a nossa existência

Por Romeu Oliveira 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

“Loucos e santos” 

Antônio Abujamra


Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a “normalidade” é uma ilusão imbecil e estéril.

Autor: Oscar Wilde, mas a verdadeira autoria seria de Marcos Lara Resende.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O respeito só tem significado nas diferenças!

Bom seria se a humanidade aprendesse efetivamente a conviver com as diferenças e entendesse como são importantes. Os diferentes conseguem enxergar a importância das diversidades e como é vital e saudável para a manutenção do equilíbrio. Haja vista, o equilíbrio só existe porque existe movimento e com o movimento as oposições com suas particularidades e características. 
Os "diferentes" enxergam os outros como iguais, os "iguais" enxergam os outros como diferentes e muitas vezes, soberbamente, como inferiores. E daí nascem as vaidades, os preconceitos, o ódio, a violência, enfim, o desrespeito.
Os "iguais" se incomodam com as diferenças porque vivem na paralisia, na inércia, no conformismo
As diferenças geram pluralidades, despertam criatividades, diversidade de ideias, nos levam a reflexão, promovem o NOVO, nos tiram do conformismo e permitem que nos olhemos como IGUAIS

sábado, 31 de janeiro de 2015

Chutando o "pau da barraca"

Construir a própria órbita significa deixar de enxergar através da visão do outro!



Como diz a bíblia cristã: Há tempo para todas as coisas, né?!
Há tempo também para "chutar o pau da barraca". Deixar de sacrificar minha curta existência, minha "liberdade" por medo da contrariedade (desde que eu tenha a consciência da responsabilidade dessa liberdade e do respeito pela liberdade do outro).
Sou prisioneiro dos olhares, das opiniões, da aceitação do outro. Das pressões que me sufocam para ter uma identidade que não me pertence.
É tempo de chutar o "pau da barraca". Tempo de parar de concordar com as mesmas opiniões, com aquilo que é "politicamente correto ou conveniente" (somos prisioneiros das certezas).
É tempo de parar de enxergar com os olhos dos outros e seus preconceitos. De uma sociedade equivocada, perversa e manipuladora.
É tempo de aprender a dizer não, de discordar, de mandar pra p... aquilo que me sufoca, me oprime ou violenta.
É tempo de me libertar, de estar "presente!", de respirar tranquilamente, sem culpas e sem medo (sem medo de pensar diferente). Simplesmente penso diferente e isso é normal.
Percebo que sou único, diferente, e aí está a riqueza, de diversidades. Isso é saudável (desde que eu saiba respeitar as diferenças).
É tempo de dar um basta na "escravidão", em tudo àquilo que me paralisa, que me anula.
É tempo de caminhar em liberdade, sóbrio (mas ao mesmo tempo embriagado de poesia para enxergar a beleza e a alegria nas coisas simples da vida), consciente de que somente eu posso viver a minha vida, ou seja, somente eu posso viver as minhas dores e as minhas alegrias. Caminhando com serenidade (consciente dos equívocos) sem compromisso com a hipocrisia, com o engano, com os discursos "falacianos". É tempo de EU PERTENCER A MIM MESMO.


  

Por Romeu Oliveira 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Escravidão inconsciente


Desde que o homem descobriu a vantagem de dominar o outro homem, a liberdade que deveria ser o grande espetáculo da vida perdeu o seu significado
A humanidade escraviza a própria humanidade (humanidade desumana, haja vista a maldade tem face humana). Nos tempos antigos utilizavam-se correntes para limitar os passos, 
com grilhões escravizavam o corpo. Em certos momentos levantavam-se vozes solitárias e inconformadas, mas seus gritos não eram suficientes.
Um dia as correntes caíram, abriram-se as senzalas, o espaço delimitado foi expandido, mas não foi tirada do homem a cultura da escravidão. O sistema criou outras formas de servidão. Hoje a humanidade não está mais fisicamente presa pelas correntes, mas por outras mais eficientes: a carteira de trabalho é um exemplo. Vendida a um capitalismo cruel que nos conduz como marionetes, nos condicionando para um consumismo descontrolado, conservando em nossas mentes que a felicidade é uma conquista que será alcançada através da falsa esperança de um futuro de descanso seguro. Nossa mente é escravizada pela ideologia da política, pelo consumismo do capitalismo e pela cultura do "medo do castigo eterno" das religiões. Este sistema sabota as massas incutindo nelas a "cultura da ignorância" e através da mídia, seguem alienadas através das programações vazias e tendenciosas, desviando suas atenções daquilo que é importante: o Conhecimento que dará abertura para novos olhares, novos pensamentos, a construção de novas rotas em busca de novos sentidos e significados.
E quando alguém se levanta contra esse sistema é chamado de insano, de lunático ou alguém fora da "normalidade", onde pensar diferente é errado. O correto, o conveniente é concordar com as ideologias, com as regras, com os dogmas estabelecidos pelo sistema (não estou falando contra a Ética ou o bom convívio em sociedade, mas de uma ideologia silenciosa e nociva). 

Quem é realmente livre?!! 
Somos criados e "educados" para nos tornarmos mãos de obra, ferramentas de produção, massa de manobra e contingente do Estado. Não há singularidade!

Este sistema "falaciano" que conhecemos por Democracia nos culturaliza com a ideia de que somos livres, que temos as rédeas do poder. Que através do voto (obrigatório) participamos das transformações da sociedade. Grande engano! O que muda? colaboramos com que tipo de aperfeiçoamento? Vivemos num país onde o Estado se comporta como uma grande corte com sua nobreza. Pois é assim que os políticos se comportam, seus mandatos eletivos na verdade são títulos "vitalícios" de nobreza. As esmolas que repassam para o povo são chamadas de benefícios sociais. Roubam nossas vidas (nossas esperanças), nos trancam em suas industrias, em suas fábricas e no final do mês nos pagam um salário miserável que logo devolveremos ao consumirmos seus produtos e assim, sustentando seus domínios e riquezas. 

Por Romeu Oliveira 

domingo, 11 de janeiro de 2015

Eu sou Charlie, sou "Liberdade" - Mas quem é realmente livre?!

Existe a verdade ou tudo não passa de interpretações? Aquilo que acredito é minha verdade mas eu posso aprender a reconhecer e respeitar a liberdade do outro, inclusive para discordar daquilo que acredito! 


Fanatismo é obtuso, imbecil e sem humor! 

Somos ensinados a odiar
A intolerância é um sinal de fraqueza e ignorância. É uma "vingança" contra aquele que ousou discordar, que ousou ser ou é diferente. É um desequilíbrio que fere a democracia e o pluralismo. 
Nossa civilização carrega em sua cultura os reflexos de um Estado repressor e uma religião castradora, que estabelecem as regras do "jogo", as normas de comportamento da sociedade. Não respeitam as individualidades, a liberdade, o contraditório e as novas ideias. 
Exaltam o poder da "força bruta" como virtude ou superioridade para reprimir a oposição, aqueles que, simplesmente, pensam diferente, que questionam, que não se conformam, que utilizam a força do intelecto, do diálogo, das ideias. E esse poder da "força" é o responsável pela formação, através do medo, do padrão de personalidade. E com esse poder está o preconceito, a divisão, a indiferença, o ódio, a vaidade, a disputa, o dogma, o conformismo, a intolerância e a violência. 
Obs: O preconceito é superficial, distorcido, acorrentado, cinzento e sem poesia! 
Infelizmente, mesmo uma sociedade que já foi vítima da repressão do Estado e da religião, correrá o risco de carregar suas marcas, suas influências, e defende-las como valores ou princípios de moralidade e ideologia. 
O poder religioso e ideológico tem a capacidade de culturalizar as pessoas para que elas repliquem suas crenças por gerações, sem o direito à reflexão e a dúvida. E a "causa" se torna mais importante do que o indivíduo, a vida, e o bem estar do outro. 
Esse "poder" na verdade é mesquinho e covarde, porque usa a repressão, a violência para anular quem "ameaça seu domínio". Não suporta as contradições. 
Quem utiliza a violência já perdeu, no argumento, no diálogo, nas ideias. Não respeitam os limites, a liberdade e a vida. 

Por Romeu Oliveira 

domingo, 4 de janeiro de 2015

Passando o "bastão"

Passar o bastão pode significar muitas coisas, mas principalmente o esforço ou empenho de que algo continue e evolua. Pode vislumbrar o progresso e a conquista. Mas continuar o quê, e evoluir para onde? Na vida recebemos muitos bastões e também passamos adiante. Alguns são visíveis e outros não. Já paramos para refletir sobre seu significado ou importância? Sobre a educação, por exemplo, o que é produtivo e pode ser levado adiante e o que é dispensável, ou seja, podendo ser descartado? 
Crescemos dentro de uma família, de uma sociedade aprendendo sobre "valores": regras de condutas morais e religiosas que a princípio nos dão a ideia de que são boas e verdadeiras. Aprendemos sobre os dogmas que são absolutos e que discordar é errado, imoral e pecador. Absorvemos os exemplos, os hábitos, enfim, as culturas. Somos ensinados a refletir as expressões do meio onde vivemos. E geralmente quando nos tornamos adultos, acreditamos que temos uma personalidade, uma opinião própria ou uma singularidade. Nos espelhamos nos ídolos, amamos nosso time de futebol do coração (que não escolhemos), nossas convicções políticas, ideológicas e religiosas. 
Que tipo de bastão passamos para os nossos filhos quando os educamos? Transmitimos valores fundamentais como a busca do auto conhecimento, ou seja, ensinamos sobre a reflexão e a importância de conhecerem a si mesmos?  Da importância de buscarem o equilíbrio com o mundo, respeitando os limites, as diferenças, o contraditório, através da empatia, do respeito, da solidariedade, do cuidado, da compaixão, resumindo, através do amor como um exercício constante do serviço em benefício do outro? Ensinamos os nossos filhos a serem pacíficos, equilibrados, sóbrios, conscientes para fazerem suas escolhas com equidade, e da importância de se aperfeiçoarem? 
Mas parece que o bastão que transmitimos é o da ignorância, do egoísmo, da intolerância e da violência. Criamos os nossos filhos através do "terror", do engano, do ódio, da ameaça, passando a equivocada ideia de que o "pecado" ou a desobediência se corrige através da violência (como um instrumento "legal" eficiente para correção), e só através dela se encerram os conflitos. Quando agredimos nossos filhos com o objetivo de educá-los, estamos plantando neles a semente da violência, da intolerância e da covardia (aprendem que é normal o maior ou mais forte bater no menor ou mais frágio), ao invés do entendimento com o diálogo. Perpetuamos uma cultura que é primitiva, equivocada e nociva, que é a violência. 
Hoje dispomos de conhecimento suficiente para que essa cultura seja erradicada. 
Não ensinamos os nossos filhos a serem pensadores mas sim repetidores. 
Como diz o educador Paulo Freire: "Quando a educação não é libertadora o objetivo do oprimido é de se tornar repressor.
E quando crescem, enxergam os outros como inimigos, com frieza, sem empatia e simpatia, não dão valor a vida, não se importam com o bem estar do outro. Um exemplo é o bullying na escola, onde a criança ou jovem opressor sente a alegria e o prazer em agredir e humilhar os seus colegas. Sente prazer com a dor e o sofrimento do outro. Acha engraçado quando vê alguém cair, tropeçar ou passar por algum momento de constrangimento. Muitos quando crescem, se tornam adultos inseguros, outros violentos e possessivos, não conseguem ter discernimento e acabam repetindo o mesmo comportamento nocivo para com seus filhos. 
Se quisermos uma sociedade mais saudável precisamos primeiro cuidar da nossa própria saúde interior. Ter coragem para fazer as desconstruções necessárias e estarmos suscetíveis as mudanças. 
Precisamos buscar a verdadeira humanidade que tanto idealizamos, haja vista a maldade sempre teve face humana

Só será possível formar seres humanos melhores quando houver uma revolução nos paradigmas da educação. 

Por Romeu Oliveira