segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Desconstruindo uma cultura primitiva!



Violência tem o mesmo significado etimológico de violação (violar direitos como a honra, a integridade e a dignidade de outrem). Usar a brutalidade, a vantagem física para, através da coação, da ameaça, do medo e da agressão, obter o domínio e o controle sobre a(s) vítima(s). Violência é uma cultura primitiva, e por ser cultura passa muitas vezes de forma despercebida diante de nossos olhos. É como uma cegueira "cognitiva", um ponto cego na consciência ou uma escama nos olhos que nos prejudica e nem percebemos. Geralmente achamos normal quando as pessoas agridem suas crianças com a justificativa de “educá-las”, ou quando, na escola um garoto é chacoteado (no mínimo) pelos colegas por ser “diferente”, ou até mesmo quando alguém, por achar que foi contrariado ou ofendido, julga o direito de agredir o outro (e muitas vezes culpamos a vítima dizendo: "tá vendo? ele mereceu, quem mandou..."). Esse comportamento nunca pode ser justificado. A violência é sinal de ausência cognitiva, de que a educação falhou e ainda é muito deficiente e equivocada. E a violência doméstica, a agressão contra mulher não é diferente. Infelizmente essa prática é uma doença que assola milhares de famílias causando destruição e deixando feridas profundas que duram a vida toda. E por ser uma cultura, ela é transferida para os filhos (nem todos, e algumas vezes para as próprias vítimas) e perpetuada de geração em geração. 
Chamo a atenção também sobre a necessidade, através da reflexão, de se desconstruir esses paradigmas que são equivocados e nocivos, a fim de caminharmos para uma civilização mais consciente (com um olhar mais sensibilizado, solidário e interessado em promover o bem do outro, essa é minha leitura a respeito de "civilizar"), onde cada um possa aprender e reconhecer as suas mazelas, seus limites, aprender a enxergar o outro, respeitando as individualidades, a liberdade e se constranger com a sua própria ignorância



Romeu Oliveira