sábado, 27 de dezembro de 2014

Cegueira social


Todos os dias assistimos segmentos lutando para estabelecerem suas bandeiras da "verdade". Daí nasce a intolerância e o ódio, inclusive das religiões. E esse comportamento é somente uma faísca que acende todos os conflitos inclusive em dimensão mundial. Cada um querendo defender a sua ideologia, o seu "deus", mas infelizmente para fazer prevalecer seu direito, acaba violando, e muitas vezes com violência, o direito e a liberdade do outro de manifestar também suas ideias ou suas crenças. Ninguém quer abrir mão. Pessoas clamam por Deus e ao mesmo tempo, pisam na cabeça do outro (Somos ensinados a enxergar o outro como adversário ou inimigo). Não se respeita as individualidades, as diferenças, banalizam a vida, a empatia, o respeito e a compaixão. Somente aquilo que acredito é importante ou correto. Vivemos num tempo de "cada um por si e Deus por mim, o outro não tem importância". Os interesses e a convicção política, ideológica e "religiosa" estão acima da caridade e do serviço ao próximo.
Não há como arrumar o mundo sem antes arrumar primeiro o homem, mudando culturas, desconstruindo modelos de pensamentos equivocados e historicamente tradicionais. Fazendo o homem refletir sobre si mesmo, com coragem para desacreditar dogmas e ideologias que são nocivas, que geram preconceitos e consequentemente a intolerância, a exclusão e a violência. Eu não
posso criticar a violência no outro sem que primeiro eu a retire de mim. 
É Incrível como o ser humano "como o único ser pensante ou racional", tem a capacidade de buscar o próprio sofrimento!! 

domingo, 21 de dezembro de 2014

Lindo poema de Viviane Mosé sobre o Tempo

Quem tem olhos pra ver o tempo Soprando...


Quem tem olhos pra ver o tempo 
Soprando sulcos na pele
Sulcos na pele 
Soprando sulcos?  
O tempo andou riscando meu rosto 
Com uma navalha fina 
Sem raiva nem rancor. 
O tempo riscou o meu rosto com calma 
Eu parei de lutar contra o tempo 
Ando exercendo instante 
Eu acho que ganhei presença. 
Eu acho que a vida anda passando a mão em mim
Eu acho que a vida anda passando 
Eu acho que a vida anda 
Em mim a vida anda 
Eu acho que há vida em mim 
Eu acho que a vida anda passando 
Eu acho que há vida em mim 
E por falar em sexo 
Quem anda me comendo é o tempo 
Se bem que faz tempo 
Mas eu escondia 
Porque ele me pegava a força 
E por trás 
Um dia resolvi encará-lo de frente 
E disse: Tempo, 
Se você tem que me comer
Que seja com o meu consentimento 
E me olhando nos olhos 
Eu acho que eu ganhei o tempo
De lá pra cá ele tem sido bom comigo 
Dizem que ando até remoçando 

Viviane Mosé 

sábado, 20 de dezembro de 2014

Reflexão sobre personalidade


Para o sistema, é conveniente uma sociedade sem personalidade, escravizada, modelada e engessada por regras manipuladoras, por dogmas, por ideologias e por um consumismo descontrolado ou felicidade de consumo (e que compre das prateleiras da conveniência). É iludida a buscar ideais de uma vida perfeita que não existe e nunca existirá. Presa em promessas "futurísticas de pote de ouro no final do arco-íris", que impedem que viva o presente, que tenha contato com sua existência, mas ao contrário, vive desconectada de questões realmente essenciais, fora de frequência ou mal sintonizada (como uma cegueira social). Porque viver o presente, implica fazer leituras através da reflexão, identificando equívocos, desconstruindo paradigmas, corrigindo a visão e refazendo rotas. 

Para o sistema não é interessante uma sociedade esclarecida, ativa politicamente, interessada em promover transformações significativas. Mas o interessante é uma sociedade passiva, desinformada (que acredite em salvadores da Pátria), conformada e desinteressada das questões importantes que promovam reflexões de mudança. 


Por Romeu Oliveira 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Enquanto eu me questionar

Enquanto eu tiver capacidade de me olhar de fora, de me distanciar de mim mesmo, eu continuarei a crescer, progredir e evoluir,
Enquanto eu tiver a capacidade de me arrepender,
De perceber que eu erro, que falho,
Enquanto eu me questionar acerca das minhas decisões,
Haverá chances de aumentar a minha sensibilidade,
Haverá chances de escrever uma nova história,
Haverá chances de pedir perdão,
Questionar-me faz emergir em mim a minha humanidade,
Questionar-me, enaltece-me, faz-me acrescentar valor, faz perceber-me melhor, para que possa também perceber os outros,
Questionar-me faz-me ficar mais próximo dos que amo, daqueles com quem me cruzo, dos meus amigos, do chefe no trabalho, do condutor enfurecido, do desespero do desempregado, da aflição da mãe que aconchega o filho,
Questiono-me uma e outra vez, não por ter dúvidas, mas para ponderar caminhos,
Caminhos que questiono se devo desbravar, se devo embranhar-me neles,
Caminhos que passo a saber que percorri,
Caminhos que reconheço que outros estão a percorrer,
Por vezes caminhos sombrios, catastróficos,
Caminhos de revolta, de sofrimento, de frustração, de dor, de exaustão,
Que caminhos são esses que questionei ter escolhido? Que caminhos são esses que percorro?
São os caminhos, que por vezes, percebo que me levam a criticar os outros que os estão a percorrer,
Questiono-me e percebo que os meus caminhos são iguais a tantos caminhos que os outros escolhem, talvez sem se questionarem,
Questiono-me e aprendo, aprendo que errar é humano, mas que quando expresso a minha humanidade de me questionar o erro transforma-se em valor,
Um valor de me olhar como um ser errante, igual a tantos outros seres errantes,
Questionar-me aumenta a autocompaixão, aumenta a minha empatia pelos outros,
Fiquei consciente que os meus questionamentos suportam as minhas decisões e,
Quando essas decisões me conduzem a lugares que me prejudicam ou prejudicam os outros,
O ato de me ir questionando, torna-me suficientemente consciente para me enriquecer com a experiência,
E na minha imperfeição, continuo a questionar-me, não para ser perfeito, mas para fazer as coisas na perfeição.

Psicólogo Miguel Lucas

facebook.com/escolapsicologia 

Todo tempo tomo decisões

Mesmo sem ter noção disso, decido,
Decido ser quem sou, não decidindo ser outra coisa,
Mas o que sou eu?
Quem sou eu?
Quem quero ser? 
No que me quero tornar?
Caminho confiante que tenho controle naquilo que decido,
Se vou ser amável, ou expressar a minha fúria,
Se vou sorrir ou ser desagradável,
Me vitimar ou agir,
Mas quando ajo intempestivamente? Quem decidiu?
Fui eu? Certamente que sim!
Fui eu com todo o meu passado, com toda a minha decepção, com toda a minha mágoa, com toda a minha frustração, ressentimento e recalcamento,
Quero ser assim? Não. Podia ter decido de outra forma? Certamente que sim. 
Mas que decisões são estas? Quem está a decidir?
Certamente sou eu, projetando o meu passado, o que me feriu, o que me endureceu a pele. Tudo isto decide por mim, fazendo-se passar por mim,
Mas quem sou eu? O que quero ser?
Vou ser aquele que decide em consciência, que decide com clareza de pensamento, 
Vou ser aquele que se quer movimentar por projeções saudáveis de um futuro "Eu" desprendido da bagagem emocional de um passado castrador,
Vou agir em liberdade, vou decidir em consciência, 
Vou tomar decisões construídas nos meus valores, objetivos e formas assertivas de agir comigo, com os outros e com o mundo em geral,
Vou decidir em consciência, sabendo que entre um estímulo e a minha resposta reside a minha liberdade de escolha,
Uma escolha muito mais orientada naquilo em que me quero tornar, do que naquilo em que me tornei,
A visão futura de mim mesmo será o suporte das minhas decisões,
Vou decidir o tempo todo, tomar decisões conscienciosas da versão mais grandiosa, sublime e extraordinária de mim mesmo.

Psicólogo Miguel Lucas 

facebook.com/escolapsicologia 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Reflexão sobre a intolerância

Como eu posso falar em democracia, em liberdade de expressão, em direito de manifestar idéias, e ao mesmo tempo ser intolerante ou agressivo com alguém que pensa diferente de mim?! 

Muitos lutam pelo fim das intolerâncias, pelo fim da homofobia, pelo fim do racismo ou qualquer outro preconceito, defendendo suas bandeiras de "Justiça" (Todos queremos um mundo melhor). 
Mas nós somos ensinados a enxergar a injustiça, a pobreza ou as mazelas somente no outro, e não em nós mesmos. Não recebemos a educação necessária que nos ensine sobre a reflexão ou a auto análise. A reflexão é a leitura que o ser humano faz sobre si mesmo, interrogando ou questionando a si mesmo. E com isso é possível reconhecer que também nos comportamos com intolerância, com violência, e com preconceitos. Talvez a diferença esteja no grau ou intensidade. Talvez a nossa seja silenciosa ou invisível. E muitas vezes trocamos uma injustiça por outra, fazendo com que a "justiça" se torne injusta. 

Assistimos todos os dias notícias de alguém lutando para defender suas crenças, suas ideologias, mas ao mesmo tempo, para fazer prevalecer seu direito, acabam violando, e muitas vezes com violência, o direito e a liberdade das outras pessoas de manifestarem também suas ideias ou suas crenças. Assistimos todos os dias pessoas clamando por Deus e ao mesmo tempo, pisando na cabeça do outro. Não se respeita as individualidades, as diferenças. "Somente aquilo que acredito é importante ou correto". Vivemos num tempo de "cada um por si e Deus por mim, o outro não tem importância." Nós somos ensinados a enxergar o outro como inimigo ou adversário. Somos ensinados a odiar.

Infelizmente herdamos a falsa ideia de que a contradição é pecado ou imoral. Isso é conveniente para quem possui o poder. É a maneira de silenciar aquele que não se conforma

E assim somos conduzidos por uma educação distorcida e manipuladora, determinando o que devemos ouvir, enxergar e falar. Não nos permitem a oportunidade de pensar, de fazer escolhas através da reflexão. 

Não acabaremos com o preconceito, com a corrupção, com a violência, enfim com a ignorância sem que primeiro sejam eliminados de nós mesmos. 

É necessário se "quebrar" para viver em harmonia e equilíbrio com o mundo. Mas antes é preciso se desarmar de si mesmo.

É tempo de despertar!!! 

Por Romeu Oliveira 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Excelente palestra da filósofa Viviane Mosé a respeito das idéias do filósofo Nietzsche

"A história do conhecimento humano, segundo Nietzsche, é a história da negação da vida, é a história de uma ilusão, é a história da construção de um modelo de homem que não existe e que nunca existirá... para Nietzsche, o homem construiu uma imagem de si muito superior daquilo que consegue ser... o pensamento socrático-platônico matou a pluralidade, o devir que é o tempo, a transformação constante... a vida é um vir a ser constante, uma transformação constante... a verdade é a necessidade de estabelecer, no mundo, a duração. Uma necessidade psicológica de duração... a história do conhecimento humano é a história da cristalização da ideia de verdade... a morte de Deus significa: quando a ciência nasce, a religião perde o valor, a importância... super-homem é o homem que se supera, que se inventa no presente. É sensível e ético... a religião se agrada e se conforma de acordo com os interesses políticos e sociais... o poder que se estabeleceu no mundo é o poder da fraqueza e da covardia, não é o poder da força. O poder da força é o poder de enfrentamento com as contradições, com a vida e morte..." 

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A filosofia do martelo

Professor Clóvis de Barros Filho apresenta uma aula sobre a desconstrução dos modelos de pensamentos de Nietzsche

"O que significa desconstruir? é mostrar que as certezas são incertas, que as referências não têm fundamento, que tudo paira na mais absoluta frivolidade." (parte das ideias de Nietzsche expressadas pelo professor Clóvis de Barros Filho) 

sábado, 6 de dezembro de 2014

Suspiros de inquietações!

"É necessário fazer outras perguntas, ir atrás das indagações que produzem o novo saber, observar com outros olhares através da história pessoal e coletiva, evitando a empáfia daqueles e daquelas que supõem já estar de posse do conhecimento e da certeza." (Não Nascemos Prontos! Provocações Filosóficas) Mario Sergio Cortella