sábado, 31 de janeiro de 2015

Chutando o "pau da barraca"

Construir a própria órbita significa deixar de enxergar através da visão do outro!



Como diz a bíblia cristã: Há tempo para todas as coisas, né?!
Há tempo também para "chutar o pau da barraca". Deixar de sacrificar minha curta existência, minha "liberdade" por medo da contrariedade (desde que eu tenha a consciência da responsabilidade dessa liberdade e do respeito pela liberdade do outro).
Sou prisioneiro dos olhares, das opiniões, da aceitação do outro. Das pressões que me sufocam para ter uma identidade que não me pertence.
É tempo de chutar o "pau da barraca". Tempo de parar de concordar com as mesmas opiniões, com aquilo que é "politicamente correto ou conveniente" (somos prisioneiros das certezas).
É tempo de parar de enxergar com os olhos dos outros e seus preconceitos. De uma sociedade equivocada, perversa e manipuladora.
É tempo de aprender a dizer não, de discordar, de mandar pra p... aquilo que me sufoca, me oprime ou violenta.
É tempo de me libertar, de estar "presente!", de respirar tranquilamente, sem culpas e sem medo (sem medo de pensar diferente). Simplesmente penso diferente e isso é normal.
Percebo que sou único, diferente, e aí está a riqueza, de diversidades. Isso é saudável (desde que eu saiba respeitar as diferenças).
É tempo de dar um basta na "escravidão", em tudo àquilo que me paralisa, que me anula.
É tempo de caminhar em liberdade, sóbrio (mas ao mesmo tempo embriagado de poesia para enxergar a beleza e a alegria nas coisas simples da vida), consciente de que somente eu posso viver a minha vida, ou seja, somente eu posso viver as minhas dores e as minhas alegrias. Caminhando com serenidade (consciente dos equívocos) sem compromisso com a hipocrisia, com o engano, com os discursos "falacianos". É tempo de EU PERTENCER A MIM MESMO.


  

Por Romeu Oliveira 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Escravidão inconsciente


Desde que o homem descobriu a vantagem de dominar o outro homem, a liberdade que deveria ser o grande espetáculo da vida perdeu o seu significado
A humanidade escraviza a própria humanidade (humanidade desumana, haja vista a maldade tem face humana). Nos tempos antigos utilizavam-se correntes para limitar os passos, 
com grilhões escravizavam o corpo. Em certos momentos levantavam-se vozes solitárias e inconformadas, mas seus gritos não eram suficientes.
Um dia as correntes caíram, abriram-se as senzalas, o espaço delimitado foi expandido, mas não foi tirada do homem a cultura da escravidão. O sistema criou outras formas de servidão. Hoje a humanidade não está mais fisicamente presa pelas correntes, mas por outras mais eficientes: a carteira de trabalho é um exemplo. Vendida a um capitalismo cruel que nos conduz como marionetes, nos condicionando para um consumismo descontrolado, conservando em nossas mentes que a felicidade é uma conquista que será alcançada através da falsa esperança de um futuro de descanso seguro. Nossa mente é escravizada pela ideologia da política, pelo consumismo do capitalismo e pela cultura do "medo do castigo eterno" das religiões. Este sistema sabota as massas incutindo nelas a "cultura da ignorância" e através da mídia, seguem alienadas através das programações vazias e tendenciosas, desviando suas atenções daquilo que é importante: o Conhecimento que dará abertura para novos olhares, novos pensamentos, a construção de novas rotas em busca de novos sentidos e significados.
E quando alguém se levanta contra esse sistema é chamado de insano, de lunático ou alguém fora da "normalidade", onde pensar diferente é errado. O correto, o conveniente é concordar com as ideologias, com as regras, com os dogmas estabelecidos pelo sistema (não estou falando contra a Ética ou o bom convívio em sociedade, mas de uma ideologia silenciosa e nociva). 

Quem é realmente livre?!! 
Somos criados e "educados" para nos tornarmos mãos de obra, ferramentas de produção, massa de manobra e contingente do Estado. Não há singularidade!

Este sistema "falaciano" que conhecemos por Democracia nos culturaliza com a ideia de que somos livres, que temos as rédeas do poder. Que através do voto (obrigatório) participamos das transformações da sociedade. Grande engano! O que muda? colaboramos com que tipo de aperfeiçoamento? Vivemos num país onde o Estado se comporta como uma grande corte com sua nobreza. Pois é assim que os políticos se comportam, seus mandatos eletivos na verdade são títulos "vitalícios" de nobreza. As esmolas que repassam para o povo são chamadas de benefícios sociais. Roubam nossas vidas (nossas esperanças), nos trancam em suas industrias, em suas fábricas e no final do mês nos pagam um salário miserável que logo devolveremos ao consumirmos seus produtos e assim, sustentando seus domínios e riquezas. 

Por Romeu Oliveira 

domingo, 11 de janeiro de 2015

Eu sou Charlie, sou "Liberdade" - Mas quem é realmente livre?!

Existe a verdade ou tudo não passa de interpretações? Aquilo que acredito é minha verdade mas eu posso aprender a reconhecer e respeitar a liberdade do outro, inclusive para discordar daquilo que acredito! 


Fanatismo é obtuso, imbecil e sem humor! 

Somos ensinados a odiar
A intolerância é um sinal de fraqueza e ignorância. É uma "vingança" contra aquele que ousou discordar, que ousou ser ou é diferente. É um desequilíbrio que fere a democracia e o pluralismo. 
Nossa civilização carrega em sua cultura os reflexos de um Estado repressor e uma religião castradora, que estabelecem as regras do "jogo", as normas de comportamento da sociedade. Não respeitam as individualidades, a liberdade, o contraditório e as novas ideias. 
Exaltam o poder da "força bruta" como virtude ou superioridade para reprimir a oposição, aqueles que, simplesmente, pensam diferente, que questionam, que não se conformam, que utilizam a força do intelecto, do diálogo, das ideias. E esse poder da "força" é o responsável pela formação, através do medo, do padrão de personalidade. E com esse poder está o preconceito, a divisão, a indiferença, o ódio, a vaidade, a disputa, o dogma, o conformismo, a intolerância e a violência. 
Obs: O preconceito é superficial, distorcido, acorrentado, cinzento e sem poesia! 
Infelizmente, mesmo uma sociedade que já foi vítima da repressão do Estado e da religião, correrá o risco de carregar suas marcas, suas influências, e defende-las como valores ou princípios de moralidade e ideologia. 
O poder religioso e ideológico tem a capacidade de culturalizar as pessoas para que elas repliquem suas crenças por gerações, sem o direito à reflexão e a dúvida. E a "causa" se torna mais importante do que o indivíduo, a vida, e o bem estar do outro. 
Esse "poder" na verdade é mesquinho e covarde, porque usa a repressão, a violência para anular quem "ameaça seu domínio". Não suporta as contradições. 
Quem utiliza a violência já perdeu, no argumento, no diálogo, nas ideias. Não respeitam os limites, a liberdade e a vida. 

Por Romeu Oliveira 

domingo, 4 de janeiro de 2015

Passando o "bastão"

Passar o bastão pode significar muitas coisas, mas principalmente o esforço ou empenho de que algo continue e evolua. Pode vislumbrar o progresso e a conquista. Mas continuar o quê, e evoluir para onde? Na vida recebemos muitos bastões e também passamos adiante. Alguns são visíveis e outros não. Já paramos para refletir sobre seu significado ou importância? Sobre a educação, por exemplo, o que é produtivo e pode ser levado adiante e o que é dispensável, ou seja, podendo ser descartado? 
Crescemos dentro de uma família, de uma sociedade aprendendo sobre "valores": regras de condutas morais e religiosas que a princípio nos dão a ideia de que são boas e verdadeiras. Aprendemos sobre os dogmas que são absolutos e que discordar é errado, imoral e pecador. Absorvemos os exemplos, os hábitos, enfim, as culturas. Somos ensinados a refletir as expressões do meio onde vivemos. E geralmente quando nos tornamos adultos, acreditamos que temos uma personalidade, uma opinião própria ou uma singularidade. Nos espelhamos nos ídolos, amamos nosso time de futebol do coração (que não escolhemos), nossas convicções políticas, ideológicas e religiosas. 
Que tipo de bastão passamos para os nossos filhos quando os educamos? Transmitimos valores fundamentais como a busca do auto conhecimento, ou seja, ensinamos sobre a reflexão e a importância de conhecerem a si mesmos?  Da importância de buscarem o equilíbrio com o mundo, respeitando os limites, as diferenças, o contraditório, através da empatia, do respeito, da solidariedade, do cuidado, da compaixão, resumindo, através do amor como um exercício constante do serviço em benefício do outro? Ensinamos os nossos filhos a serem pacíficos, equilibrados, sóbrios, conscientes para fazerem suas escolhas com equidade, e da importância de se aperfeiçoarem? 
Mas parece que o bastão que transmitimos é o da ignorância, do egoísmo, da intolerância e da violência. Criamos os nossos filhos através do "terror", do engano, do ódio, da ameaça, passando a equivocada ideia de que o "pecado" ou a desobediência se corrige através da violência (como um instrumento "legal" eficiente para correção), e só através dela se encerram os conflitos. Quando agredimos nossos filhos com o objetivo de educá-los, estamos plantando neles a semente da violência, da intolerância e da covardia (aprendem que é normal o maior ou mais forte bater no menor ou mais frágio), ao invés do entendimento com o diálogo. Perpetuamos uma cultura que é primitiva, equivocada e nociva, que é a violência. 
Hoje dispomos de conhecimento suficiente para que essa cultura seja erradicada. 
Não ensinamos os nossos filhos a serem pensadores mas sim repetidores. 
Como diz o educador Paulo Freire: "Quando a educação não é libertadora o objetivo do oprimido é de se tornar repressor.
E quando crescem, enxergam os outros como inimigos, com frieza, sem empatia e simpatia, não dão valor a vida, não se importam com o bem estar do outro. Um exemplo é o bullying na escola, onde a criança ou jovem opressor sente a alegria e o prazer em agredir e humilhar os seus colegas. Sente prazer com a dor e o sofrimento do outro. Acha engraçado quando vê alguém cair, tropeçar ou passar por algum momento de constrangimento. Muitos quando crescem, se tornam adultos inseguros, outros violentos e possessivos, não conseguem ter discernimento e acabam repetindo o mesmo comportamento nocivo para com seus filhos. 
Se quisermos uma sociedade mais saudável precisamos primeiro cuidar da nossa própria saúde interior. Ter coragem para fazer as desconstruções necessárias e estarmos suscetíveis as mudanças. 
Precisamos buscar a verdadeira humanidade que tanto idealizamos, haja vista a maldade sempre teve face humana

Só será possível formar seres humanos melhores quando houver uma revolução nos paradigmas da educação. 

Por Romeu Oliveira