
E aqui no Brasil, por exemplo, não é muito diferente. O “Estado do crime” também vem se estabelecendo, de forma competente. Nos morros e periferias conseguem através da ausência da "civilidade" recrutar, culturalizar e treinar muitos jovens formando também seu próprio exército. Sua influência saiu dos becos, das esquinas, das cadeias e, sem pedir licença, invadiu e misturou-se nas relações sociais. Infelizmente essa cultura distorce e engana a muitos provocando inversão de muitos "valores essenciais" (conseguiu transformar a ignorância em virtude – a ignorância virou moda). A culturalização do crime faz com que ele se torne normal!
É espantoso como o "mal" é determinado, arrojado, engenhoso, ativo e valente. Ele avança, invade (não pede licença), surpreende, domina e "vence". O mal nunca descansa! (estou falando de uma visão concreta, de uma realidade concreta, não estou falando de religião ou de espiritualidade). Enquanto que o "bem", muitas vezes é passivo, talvez porque carrega consigo uma esperança (enraizada) de que a “justiça divina” um dia vencerá (não digo que pensar desta forma seja errado, mesmo porque não faço críticas à fé das pessoas). O mal carrega consigo a ignorância. Difunde-se através da ignorância, culturaliza as massas através da ignorância e através dela se estabelece. Trás consigo a tirania e a escravidão: o engano, a estagnação, o conformismo, o fechamento, a indolência, a indiferença, o preconceito e consigo a intolerância e a violência.
Mas, infelizmente a ignorância, contudo, carrega o discurso de que “as coisas são sempre assim. De que sempre foi assim, porque está determinado, ou porque o mundo é assim "do maligno”, ou porque o homem é mal por natureza e temos que nos conformar com tudo isso". Cria, historicamente, nas sociedades o conceito de “normalidade” através do sofisma.
É necessário que haja mais inquietações e avidez para a construção de novos saberes que carreguem virtudes que possam transformar a visão das pessoas através de uma educação permanente. Um saber que possa gerar consciência permanente: a consciência de sua realidade, de sua existência nesta realidade, de como estar sendo nesta realidade, da forma como interfere nesta realidade e, principalmente, dos seus equívocos identificados nesta realidade. Mas infelizmente o “bem”, muitas vezes dorme, cochila, caminha vacilante (distraído), tropeçando naquilo que ignora, naquilo que não se interessa, porque tem, muitas vezes, seus olhos fechados para aspectos fundamentais para a construção de uma sociedade mais saudável, ou seja, uma sociedade mais esclarecida, consciente da importância de se formar indivíduos, através de uma educação sóbria, conhecedores de seus direitos e praticantes de seus deveres, conscientes da importância do "outro".
O mundo precisa de mais pessoas conscientes e interessadas em promover o bem (militantes da ética, da paz e do respeito absoluto pelo outro), com mais ousadia e empenho do que aqueles que praticam o mal.
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